A literatura sobre Gestão de Pessoas vem há um bom tempo atribuindo grande importância e explorando a questão do compromisso do aprendiz no processo de aprendizagem, em nosso caso, o desenvolvimento profissional.
As empresas, cada vez mais, vem fazendo sua parte, oferecendo variedades de temas de desenvolvimento, obviamente a começar pelo treinamento voltado às necessidades básicas de capacitação.
Contudo, dado ao acelerado processo de mudança no contexto geral, onde estão oferta e procura de emprego, fatores como evolução tecnológica contínua, globalização e digitalização, elevação dos padrões comportamentais, vem impondo necessidades de atualização contínua na busca de novas competências. Essa forma, é denominada desenvolvimento.
Porém, por vezes nos deparamos com necessidades mais elementares nos candidatos que atendemos.
As mídias eletrônicas, como redes sociais e canais de comunicação via web, se por um lado agilizam essa comunicação, por outro estão afastando a capacidade de escrita das pessoas de acordo com a “norma culta*”, quando se faz necessária.
*(Chamamos de “norma culta”, a redação que cumpre todos os quesitos gramaticais do idioma.)
Quando solicitada, uma redação “derruba” os resultados do candidato no processo seletivo. A linguagem eletrônica como os vc, para você, abs, para abraços, talvez não sejam os exemplos mais críticos, mas gradativamente com o uso contínuo das formas abreviadas e cifradas de escrita, vão se perdendo concordância numérica e de gênero, grafia correta de termos menos usuais, etc...
Se iniciamos nossa reflexão pela questão do autodesenvolvimento, lembramos que em primeiro lugar, não se aprende aquilo que não se quer aprender. Por mais que um professor ou instrutor de treinamento se esforce, se não há motivação no aprendiz, pouco se aprenderá.
Aspectos como redação podem ser auxiliados por terceiros, mas a disposição de aprender a escrever pertence exclusivamente ao aprendiz.
E o melhor princípio para se aprender a escrever é ler. Esse hábito, além de nos “ensinar” a escrever, nos manterá informados.
Em aulas de Recrutamento e Seleção nas universidades, sempre ensinamos aos alunos, para eles próprios e para a apreciação de candidatos, a importância de ir para uma entrevista de seleção informados sobre a empresa onde pretendem trabalhar.
Que tipo de empresa é?
Que produto ou serviço oferece?
Que posição ocupa entre as concorrentes?
Qual sua filosofia de atuação no mercado onde está? (Valores, Missão etc.)
Qual sua distribuição geográfica, onde tem filiais ou unidades operacionais?
Como é sua Política de Gestão de Pessoas?
Enfim, toda gama de informações relevantes para se conhecer a empresa.
É muito bem visto também no candidato quando em entrevista, saber fazer perguntas; perguntar sobre o programa de estágio, sobre a cultura da empresa, revelar real interesse pela oportunidade;
Mas por parte da empresa também é importante haver um preparo dos recrutadores e selecionadores para as tarefas necessárias à seleção desse público específico. Igualmente é importante para a empresa ter real noção do que é um programa de estágio e da necessidade de ter estagiários, bem como das condições oferecidas.
Sendo assim, não podemos dar menor importância ao preparo dos gestores para lidar com essa população. Ações como formação de tutores de estágio (semelhantemente aos tutores de trainees) são muito positivas, a considerar a pouca ou nenhuma experiência do estagiário.
Sabemos como é importante que alguém o oriente e supervisione, e em alguns casos, “tomá-lo” pela mão, aconselhando, ensinando na prática e o advertindo quando da ocorrência de erros ou adoção de atitudes incompatíveis com o ambiente onde estão.
Candidatos: cuidado com sua postura! Parecer arrogante é um aspecto muito negativo. Às vezes pessoas se comportam assim por insegurança, ou para parecer seguro, mas a postura do “coitadinho”, com excesso de humildade também pode dar uma impressão negativa de menos energia e segurança, o que, se verdadeira, comprometeria o desempenho profissional de qualquer um.
Vender uma imagem que não é verdadeira só trará dúvidas ao avaliador, ares de grandes conhecimentos são incongruentes com a condição de estagiário, mas uma postura contrária levantam dúvidas igualmente. A fragilidade apresentada pode ser desqualificante ao candidato.
Ser sincero é o melhor caminho. Na maioria das vezes a empresa está avaliando potenciais a ser desenvolvidos, pois obviamente não espera alguém muito experiente e maduro para suas vagas de estágio, uma vez que essa posição pressupõe que o ocupante está ali para se desenvolver.
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